quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mr. Leery knows it all

Com todo o respeito aos neurônios adeptos do cinema francês, sou da tchurma que também gosta muito desses seriados americanos engraçadinhos que pipocam na TV a cabo e chego a passar madrugadas vendo as reprises daqueles que já foram extintos. Seinfeld, por exemplo, foi o vício que escolhi para substituir a nicotina quando parei de fumar, no dia 14 de setembro de 2004. Já devo ter visto todos os episódios de todas as temporadas, ao menos umas quatro vezes cada, e posso garantir: nunca me canso.

Transferências à parte, existiu uma série bem bobinha uns anos atrás chamada Dawson's Creek, em que o personagem principal, o Dawson, era um adolescente gente boa e sonhador, apaixonado por cinema e por sua melhor amiga de infância, interpretada por uma Katie Holmes feinha e desengonçada, muito diferente daquele mulherão exuberante que hoje é a poderosa Sra. Cruise.

A série não era das melhores: personagens mal construídos, atores mal formados, roteiro mal escrito, enredo mal costurado, etc. Muito longe do brilhantismo de Jerry Seinfeld. Mas até que quando Dawson cresceu e começou a estudar cinema os episódios ficaram recheados de referências bacanas e o programinha acabou ganhando minha atenção. Um pouco depois ficou ruim de novo e eu larguei de mão de vez sem o menor remorso, mas tem um episódio que eu adoro e do qual sempre me lembro, porque dele saiu uma brincadeira divertida que costumo replicar por aí e que sempre me surpreende por seus resultados.

É só fazer o teste: pergunte a um amigo seu qual o filme que ele mais gosta e a resposta virá mais ou menos assim:

Se for aquele amigo metido a cult, meio sombrio, com tendências à depressão e que jura adorar curtir uma solidão sábado à noite: Morangos Silvestres; O Anjo Exterminador; Festa de Família, etc.

Se for aquele amigo mais esperto, provável sucessor do pai na presidência da empresa da família, meio cretino de criação: O Poderoso Chefão (e suas seqüências); Advogado do Diabo; 11 Homens e um Segredo (e suas seqüências), etc.

Se for aquele eterno revolucionário idealista-anarquista-incendiário: Laranja Mecânica; Edukators; Irreversível, etc.

E por aí vai. Imaginou? Pois é.

Mas, eis a grande sacada: segundo o grande guru Dawson Leery, todo mundo tem um filme preferido, um filme que geralmente nos apoiou durante a difícil passagem pela adolescência, daqueles que a gente não assume e chega a sentir vergonha quando alguém nos pega assistindo quando já somos adultos e formadores de opinião, principalmente porque nos fazem transbordar em lágrimas. Estes filmes geralmente ocupam um lugar muito especial por alguma questão afetiva, e acabam revelando muito mais de nós do que esses outros, escolhidos conscientemente.

A gente se apaixona por um filme através de um personagem ou de uma estória que nem sempre é a mais inteligente, mais incrível ou premiada. Simplesmente é aquela que nos traz uma sensação de conforto, de amparo e passa a ser impossível resistir a ele mesmo quando é exibido pela 12ª vez no mês durante a sessão da tarde. Quem nunca se emocionou com a perseverança daqueles dois irmãos em Caravana da Coragem? Duvido que os Ewoks até hoje não estampem sorrisos nos seus rostos com aquelas carinhas fofas e peludas! E Dirty Dancing? Quem nunca quis ser aquela menina e aprender a dançar com o Patrick Swayze? E o clássico dos clássicos: Curtindo a Vida Adoidado! Quanta gente tomou coragem para matar aula depois de ver esse filme? É claro que La Vie Revée des Anges é maravilhoso, profundo, uma obra prima, mas o Mathew Broderick também deu um show como Feris Bueller, não deu?

Colocando a vergonha de lado, vim aqui disposta a assumir qual é meu e me expor ao ridículo de ser alvo dos meus impiedosos amigos. E eu sei que alguns podem ser bem escrotos!

Contudo, lanço a pergunta ao vento, copiando o fofo do Dawson: e você, consegue me dizer qual é realmente o seu filme preferido?


And the winner is:


>>> TOP GUN
Ok, hoje ele é um maluco que pratica essa tal de cientologia e quase comeu a placenta da mulher quando a filha nasceu, mas o Tom Cruise desse filme, do alto de sua canastrice, óculos escuros, calça apertadinha, arrancando com aquela moto da casa de sua chefe-amante, foi o habitante supremo dos meus sonhos durante muitos e muitos anos! Até hoje, se tem Top Gun na TV, Julia não sai de casa... Sem contar que o mega-hit "Take my Breath Away" ainda hoje me causa arrepios em partes bastante escondidas do corpo. É um filme absolutamente irresistível para mim, com certeza, meu nº 1.

Pronto, falei!


PS: Saudade...

3 comentários:

  1. Julia, eu assumo o meu, sem vergonha nenhuma: Dirty Dancing!! hahah
    Queria ser a Baby!!rs
    Amei este post!
    Bjos Eva

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  2. Julia, Não sou a pessoa mais indicada para falar nisto, afinal tenho o DVD dos melhores momentos dos trapalhões, então qualquer filme deles me diverte, mas seria muito injusta se não falasse do ET, afinal quem não quis ajudá-lo a voltar para casa?
    Bjs Flávia

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  3. Só para vc ter uma ideia ainda sei algumas falas de top gun decoradas. Ainda hoje quando assisto o filme me bate a vontade de pilotar jatos e motos velozes mesmo que sem capacete.

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